Localizada no agreste paraibano, na parte oriental do Planalto da Borborema, na serra do Boturité/Bacamarte, que se estende do Piauí até a Bahia. Possui uma altitude de 500 metros acima do nível do mar. Possui uma área territorial de 594,2 Km quadrado, de clima tropical, e fica a uma distância de aproximadamente 220 Km para a Capital João Pessoa.
Seus primeiros habitantes foram os índios Ariús. Sua ocupação se deu em um outro momento dando origem a aldeia de Campina Grande, liderado por Teodósio de Oliveira Lêdo, que era conhecido por capitão-mor do Sertão brasileiro, em 1º de dezembro de 1697. O capitão-mor fez a consolidação do povoado e deu seu desenvolvimento, integrado o sertão ao litoral, levando em consideração seu posicionamento geográfico tornando passagem para os viajantes do oeste para o litoral paraibano.
A data de sua fundação ainda é controvérsia, pois os primeiros indícios de que Campina Grande data de bem antes da data relatada, é a presença de seu nome em um mapa italiano, elaborado por Andréas Antonius Horatiy, que se encontra no livro "Istoria delle Guerre del Regno del Brasile Accadute tra la Corona de Portogallo e la Republica de Olanda", de autoria do frei Giuseppe Santa Teresa. Sua publicação ocorreu apenas um ano a sua fundação, em 1698.
Com as ocupações na Capitania da Paraíba e na luta contra os gentios, promovidas pelo Capitão-mor Teodósio de Oliveira Lêdo, em 1694 chega ao conhecimento do então governador-geral D. João de Lencastre, que o chamou até a capital onde o governador Manuel Nunes Leitão lhe conferiu a patente garantindo a Teodósio munição, pólvora, farinha, alimentação e especiaria.
Os Índios Ariús formaram a primeira rua do povoado de Campina Grande, com casas de taipa, nas proximidades do Riacho das Piabas. Mais tarde a rua foi chamada de Rua do Oriente, atual Vila Nova da Rainha.
O capitão-mor trouxe da capital um padre italiano da ordem de Santo Antônio para realizar um trabalho de batismo nos índios do povoamento. Assim, para exercer suas atividades, o padre construiu uma tapera, para servir de igreja. Tempos mais Tarde, um decreto real mandado pela Coroa concedida 25 mil réis para cada Capela, como forma de ajuda. O padre utilizou estes poucos recursos para melhoramento da capela que havia no lugar. Em 1753 foi reformada e aumentada e em 1793, após outra reforma, conseguiu seu aspecto atual, dando origem á Catedral de Nossa Senhora da Conceição. Seu surgimento influenciou a construção de várias casas na região, que hoje constitui a avenida mais importante de Campina Grande, a Avenida Floriano Peixoto. Mas só em 1769 é que Campina Grande se torna freguesia, o que lhe trouxe um maior desenvolvimento.
No fim do século XVIII, a Coroa pretendia criar novas vilas. Nesta época, a capitania da Paraíba era sujeita á de capitania de Pernambuco, cujo governador era D. Tomás José de Melo. Em 1787, Antônio F. Soares, que era o ouvidor da capitania da Paraíba, pediu ao governador de Pernambuco a criação de Três vilas. Onde uma delas veria a ser a de Campina Grande. Assim, em abril de 1790, Campina Grande foi escolhida pelo Ouvidor Brederodes para se tornar Vila, devido á suas cultivadas produzirem mais riquezas e principalmente devido á sua melhor localização, estando entre a capital no litoral e o sertão. Assim, no dia 6 de abril, Campina Grande passou a ser chamada oficialmente de Vila Nova da Rainha, em homenagem á Rainha Dona Maria I. Apesar da mudança de nome, os habitantes locais continuaram a chamar o lugar de Campina Grande, e somente em textos oficiais e formais o nome Vila Nova da Rainha era utilizado.
A sua urbanização tem um forte vínculo com suas atividades comerciais. Sendo importante lugar de pouso para tropeiros, mais tarde com o surgimento de um importante feira de gado e uma grande feira geral. Posteriormente surgiu a cultura do algodão, tornando-a a segundo maior produtora do mundo, o que contribuiu para o aceleramento, passando de aldeia para povoamento e de vila a categoria de cidade.
A cadeia de Campina Grande foi contraída em 1814, no largo da Matriz (atual Avenida Floriano Peixoto), onde hoje se situa o Museu Histórico e Geográfico de Campina Grande.
Em 1871, chegam em Campina Grande os primeiros imigrantes: árabes, ingleses, italianos, americanos, turcos, alemães, franceses, indianos e dinamarqueses.
Em 1852 a população da Vila já era de 17.900 pessoas. Mas em 1856, uma epidemia de cólera-morbo matou cerca de 1.550 pessoas do lugar, diminuindo quase 10% de sua população. A epidemia retornaria em 1862, desta vez vitimando 318 campinenses.
O Cemitério das Boninas, que ficava nos fundos do Colégio Alfredo Dantas (antigo " Grêmio de instrução Campina Grande"), foi um dos lugares improvisados para o sepultamento desses mortos. Só em 1895 é construído o Cemitério Nossa Senhora do Carmo, no alto da Rua da Areia (atual cidade João Pessoa). Até o ano de 1897, os mortos eram sepultados no Cemitério de Boninas.
Em 1817, tem início a Revolução Pernambucana e a Vila Nova da Rainha participou não com armas, mas com falas. Sete anos depois, em 1824, a Vila Nova Rainha participou da Confederação do Equador, dando auxilio com a hospedagem de presos trazidos do Ceará, dentre eles Frei Caneca, que ficou preso onde hoje existe o Museu Histórico. Em 1848, a Vila também tem participação na Revolução Praieira. A participação de Campina Grande nessas três revoluções foi representada na Bandeira de Campina Grande na forma de três espadas.
Em 1828, foi construído um açude na Vila Nova da Rainha, sobre o Riacho das Piabas conhecido como o Açude Velho, que começou pequeno sendo ampliado até adquirir seu tamanho original, com uma área de 250 m quadrado. Dois anos depois, em 1830, outro açude foi construído para auxiliar o primeiro, este ficou conhecido como Açude Novo. Ambos os açudes ajudaram á população melhor resistir a uma desastrosa seca ocorrida em 1848. Um terceiro açude foi construído no dia 15 de janeiro de 1917, desta vez sobre o Riacho de Bodocongó, que levaria o próprio nome, propiciando o desenvolvimento da região.
Em 11 de outubro de 1864, de acordo com a Lei Provincial nº 137, Campina Grande se eleva á categoria de Cidade. Na época, a cidade tinha cerca de trezentas casas distribuídas em cinco ruas, a saber: rua Matriz (Avenida Floriano Peixoto), a rua do Meio (Afonso Campos), a rua Grande (Maciel Pinheiro) e a rua do Seridó (Barão do Abiaí) e a Rua do Emboca (Peregrino de Carvalho). Possuía, ainda, duas igrejas: a da Matriz (hoje a Catedral) e a Igreja Nossa Senhora do Rosário, que veio a ser destruída mais tarde.
Em 1870 uma Lei Provincial nº 381, proibia que se fizesse banhos ou lavagem de roupas e de animais no Açude Novo, assim como ficou proibido vaquejada nas ruas da cidade.
Em 1872, conforme o Decreto Imperial do dia 18 de setembro de 1865, tornava-se padrão o sistema francês em Campina Grande, o que mais tarde originaria a Revolta de Quebra-Quilos, liderado por João Vieira (João Carga d'agua), ultrapassando os limites do Estado chegando aos denominados Pernambuco e Alagoas.
O algodão no início do século XX foi para Campina Grande a principal atividade responsável pelo crescimento da cidade impulsionada pela chegada das linhas ferroviárias, atraindo comerciantes de todas as regiões da Paraíba e de todo o Nordeste. Até a década de 1940, Campina Grande era a segunda maior exportadora de algodão do mundo, atrás somente de Liverpool, na Inglaterra. Até 1931, a Paraíba foi considerado o maior produtor de algodão do Brasil, com produção de 23 milhões de quilos de algodão em caroço.
Por esse motivo o município viu sua população saltar de 20 mil em 1907 (principalmente com a chegada do trem da Great Western), para 130.000 habitantes, em 1939, o que representa um crescimento de 650% em 32 anos.
Em 1967, a cidade recebe o primeiro computador de toda a região Nordeste do Brasil, (mainframe IBM) que ficou no Núcleo de Processamento de Dados da Universidade Federal da Paraíba, Campus II (hoje Universidade Federal de Campina Grande). Hoje, tantos anos depois, Campina Grande é referência em se tratando de desenvolvimento de Software e de indústrias de informática e eletrônica.
A revista americana Newsweek escolheu, na edição de abril de 2001, 9 (nove) cidades de destaque no mundo que representam um novo modelo de Centro Tecnológico. O Brasil está presente na lista com Campina Grande, que foi a única cidade escolhida da América Latina.
Em 2003, mais uma menção foi feita á cidade: desta vez referenciada como o "Vale do Silício brasileiro", graças, além da high, ás pesquisas envolvendo o algodão colorido ecologicamente correto.