Fragmentos Históricos
Francisco de Assis Chateaubriand, paraibano de Umbuzeiro, foi, sem sombra de dúvida, um dos personagens mais influentes de sua época, cujo mecenato em favor das artes teve raízes profundas e que geram frutos até os dias de hoje. Em 2 de outubro de 1947 foi agente importante, junto ao italiano Pietro Maria Bardi na criação do MASP – Museu de Arte de São Paulo.
Já nos anos 60 criou a Campanha Nacional de Museus Regionais, com o intuito de descentralizar o foco das manifestações de arte do eixo Rio-São Paulo. Foram criados três museus: O Museu de Arte de Feira de Santana, na Bahia, O MAAC – Museu de Artes Assis Chateaubriand em Campina Grande (não com este nome), na Paraíba e O Museu de Arte Contemporânea de Olinda, em Pernambuco. Uma coleção foi doada para a cidade de São Luis, que está sob a guarda do Museu Histórico e Artístico do Maranhão.
Ainda neste contexto, foram criados mais dois equipamentos museais: na cidade da Araxá, em Minas Gerais, o Museu Dona Beja e a Galeria Brasiliana e na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Su, a Pinacoteca Rubem Berta. A intenção da Campanha se estendeu a outros setores, como a aviação e a radiodifusão, através de doações e contribuições de empresas, famílias tradicionais abastadas, políticos.
A cidade de Campina Grande, sempre à frente de seu tempo, recebeu a coleção com pompas e circunstâncias. O professor Edvaldo de Souza do Ó, então presidente da FURNe – Fundação Universidade Regional do Nordeste, capitaneou todas as ações de inauguração do museu, que aconteceu no dia 20 de outubro de 1967. A princípio, foi chamado de Museu de Arte de Campina Grande, depois Museu Regional de Arte Pedro Américo e, depois, já nos anos 80, o nome definitivo Museu de Artes Assis Chateaubriand.
Coleção Assis Chateaubriand
A Sra. Yolanda Penteado, madrinha e presidente da campanha, apresentou as primeiras peças do acervo no MASP, em julho de 1967. Assis Chateaubriand, Drault Ernanny e Gean Boghaci escolheram e direcionaram as referidas peças para o museu. Foram catalogadas 119 peças no dia 10 de agosto de1967.
Neste período, agregaram-se ao acervo outras obras de grandes e importantes artistas e de vários movimentos nacionais e estrangeiros: neoclássicos, acadêmicos, movimento modernista, nova figuração estrangeira, abstratos e primitivos.
Doadores particulares e instituições, além de aquisições enriqueceram o acervo, principalmente com obras significativas das três últimas décadas do século XX.
Do MAAC-FURNE ao MAC-UEPB
Museu Assis Chateaubriand da Universidade Estadual da Paraíba foi inaugurado no dia 5 junho de 2012.
Com instalações modernas, o Museu Assis Chateaubriand da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), localizado no bairro do Catolé, em Campina Grande, abriu suas portas no dia 5 de junho. A solenidade de inauguração foi presidida pela reitora Marlene Alves e prestigiada por autoridades, artistas e representantes da cultura de todo o Estado.
O museu que conservará e mostrará as obras de vulto que fazem parte do acervo do Museu de Artes Assis Chateaubriand (MAAC) – inaugurado no ano de 1967 – chama a atenção por sua grandiosidade. Com estrutura moderna, assinada pelos arquitetos Acácio Gil Borsoi (1924-2009) e Janete Costa, o MAC da UEPB se destaca pela forma como foi construído. O espaço é magistral, amplo e funcional para além da estética, digno das grandes casas de artes.
O prédio reúne todas as condições para se transformar na catedral das artes campinenses. De acordo com a reitora Marlene Alves, o equipamento insere, definitivamente, Campina Grande no roteiro das grandes exposições, representando, dessa forma, a contribuição da UEPB para a cultura artística da Paraíba e do Brasil, para um mundo mais humano e sensível, esteticamente belo pelo conteúdo e a forma. “O Ministério da Educação prevê que as universidades tenham como elementos o ensino, a pesquisa e extensão. Com essa e outras iniciativas, a Instituição consegue adicionar fatores muito importantes, incentivando a arte, a cultura e os artistas. Criamos ainda uma pró-reitoria exclusivamente para tratar de ações nesse sentido, realizamos o Festival Audiovisual de Campina Grande, o Comunicurtas, e ainda apoiamos e fazemos parcerias com diversos eventos, a exemplo de Festival Internacional de Música”, ressaltou.
Segundo o diretor do MAC, Ângelo Rafael de Farias, o local integra um novo conceito de museologia, onde a transversalidade de novos parâmetros da arte é contemplada desde o projeto arquitetônico até a sua missão social e como ponto de referência para todo o estado, o país e o mundo. “É um museu vertical, com ações transversais através da educação, música, literatura, teatro, linguagens multimídias, e principalmente com o foco na formação de um público, tendo como instrumento aliado à cidadania e formação do intelecto e da nossa identidade enquanto povo e sociedade”, explicou.
Construído numa uma área total de 1.500 m², o Museu Assis Chateaubriand possibilitará o fortalecimento do turismo cultural e o desenvolvimento do potencial artístico das comunidades campinense e paraibana, através de oficinas, seminários, palestras, cursos, salão de artes, exposições, entre outros. O Museu da UEPB não fica a dever a nenhum estabelecimento do gênero em capitais ou grandes cidades brasileiras. O equipamento coloca a cidade de Campina Grande no roteiro das grandes exposições de arte, representando, dessa forma, a contribuição da UEPB, para a cultura artística da Paraíba.
Projetado numa dimensão moderna, o museu conta com salas de exposição permanente e temporária; auditório com capacidade para 115 pessoas, entre outros equipamentos. O prédio é composto por dois salões destinados às exposições permanentes, um salão para exposições temporárias, mezanino, sala de reuniões e biblioteca, tudo em ambiente climatizado e com sistema de combate a incêndios para proteção das exposições e acervos. Além disso, haverá amplo estacionamento, sempre com atenção em fornecer fácil acesso aos portadores de necessidades especiais.
